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quinta-feira, 3 de julho de 2025

O Cavalo Sem Cabeça da Semana Santa


🎣🌕Uma pescaria na hora errada pode abrir portas que ninguém deseja cruzar...

Na cidadezinha onde vivi boa parte da vida, havia um ditado simples: “Na Semana Santa, não se pesca.” Era tradição, respeito e medo. Muitos não levavam a sério, mas quem já tinha escutado certas histórias... pensava duas vezes.

Leandro e Zé Carlos, dois amigos que adoravam uma pescaria, resolveram ir contra isso. Quinta-feira santa, dia de folga, clima bom — não resistiram. Iriam a um corixo escondido no mato, longe da cidade e longe dos olhos curiosos.

A mãe do Leandro, uma senhora simples, mas muito religiosa, fez de tudo pra convencê-lo a desistir:
— "Meu filho, não brinque com isso. Semana Santa é tempo de recolhimento. Já vi gente enlouquecer mexendo com rio nessa época."

Mas os dois riram. “Assombração é coisa de filme”, disseram.

Foram mesmo assim. Pescaria até que não foi grande coisa — poucas fisgadas, muita cerveja, e papo furado até o anoitecer. E então resolveram voltar.

Só que na trilha, já sob a luz clara da lua, ouviram trotes de cavalo. No meio da mata. De noite.

Pararam. Os passos pararam. Caminharam. Os passos seguiram.
E foi então que viram a silhueta entre as árvores: um cavalo preto enorme... sem cabeça. A coisa não relinchava, não bufava. Só andava atrás deles.


Correram. E a coisa correu também. Pararam. E ela parou.

O caminho de volta pareceu não ter fim. Saíram da mata com o coração na boca e a alma esfarelada. Não falaram nada um pro outro até chegarem em casa.

Na porta, a mãe de Leandro os esperava. Só disse:
— "Eu avisei."

E desde então, nunca mais pescaram na Semana Santa. Nem mesmo no sábado de aleluia.

E você? Já pescou na Quaresma? Já ouviu alguma história dessas?
Comenta aqui, amigos da pesca!

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